Por
vezes, em voltas e revoltas interiores apercebo-me de certas coisas que
continuam a mexer com a minha ervilha. No decorrer dos dias as coisas acontecem
e com as distrações que encontramos esquece-se as frustrações passadas, mas no
aconchego da noite abre-se um espaço para a reflexão sobre até a mais ridícula
das coisas. Por entre todas as coisas com que me entretenho a pensar ignoro os
desacatos e inutilidades e no final acabo a pensar numa das coisas que sempre
atormenta e revolta o meu ser, “porque é que ainda tratam as pessoas dependendo
do que lhes está no meio das pernas?”.
Há
muito que se diga sobre esse assunto mas penso que deixar que a pergunta
entranhe é a melhor das hipóteses numa primeira abordagem. Até porque por vezes
estamos distantes demais – desvalorizamos e ignoramos o que acontece como quem
está confortável. O pior é que estamos mesmo! Andamos conformados com a
imposição. E por momentos penso: mas o povo está morto?, ou só muito
adormecido?